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A Evolução dos Jogos Brasileiros: Do Passado aos Dias Atuais

Os jogos eletrônicos desenvolvidos no Brasil têm uma trajetória rica e diversa, que reflete o crescimento da indústria e o avanço das tecnologias de produção. Desde o início dos anos 2000, quando as grandes franquias internacionais dominavam o mercado, até os dias atuais, o cenário dos games brasileiros evoluiu significativamente. Neste artigo, exploramos essa jornada, relembrando alguns dos títulos mais icônicos, começando pelos games antigos que fizeram parte da infância e da adolescência de muitos brasileiros, até chegar às produções modernas e inovadoras.


Os Primórdios: Jogos Baseados em Programas de TV e Cinema

No início dos anos 2000, os jogos licenciados, baseados em programas populares da televisão brasileira, começaram a se destacar. Um dos exemplos mais curiosos dessa época é o jogo No Limite, lançado para PC em 2001, baseado no reality show de sobrevivência exibido pela Rede Globo. No game, os jogadores participavam de desafios inspirados no programa, em um ambiente de selva, tentando sobreviver às provas e ao voto dos adversários.



Na mesma linha, o reality show Big Brother Brasil (BBB) também ganhou uma adaptação para os videogames em 2004, com o jogo Big Brother Brasil para PC. Embora a jogabilidade fosse simples, ele permitia que os fãs do programa simulassem as dinâmicas do confinamento, votações e interações entre os participantes.



Acquaria: O Jogo foi lançado em 2003, baseado no filme Acquaria estrelado por Sandy & Junior. Ele foi desenvolvido pela empresa brasileira de jogos Vortex Game Studios, com a distribuição pela Tectoy. A proposta do jogo era trazer os fãs da dupla para dentro do universo do filme, oferecendo uma experiência de aventura em um ambiente pós-apocalíptico.


Ele se passa em um futuro desolado, com o planeta devastado por uma catástrofe ambiental, seguindo a mesma premissa do filme. Os jogadores exploram desertos, cavernas e cidades abandonadas enquanto completam missões e resolvem enigmas.


Os jogadores controlam personagens do filme, como Sarah (Sandy) e Kim (Junior), enfrentando desafios que envolvem exploração e raciocínio lógico. O estilo de jogo se assemelhava a uma mistura de RPG e ação, com elementos de coleta de itens e resolução de puzzles.


O jogo tinha gráficos 3D simples para a época, mas um dos grandes atrativos era a trilha sonora com músicas de Sandy & Junior, o que ajudava a aumentar a imersão.


Apesar do apelo junto aos fãs da dupla, o jogo foi recebido de forma mista, com críticas que mencionavam a simplicidade dos gráficos e da jogabilidade. No entanto, ele tem um valor nostálgico para muitos.



A Era das Licenças Nacionais: A Turma da Mônica nos Games


Se há uma franquia que deixou uma marca na infância de muitos brasileiros, essa é a Turma da Mônica. Criada por Mauricio de Sousa, a franquia não demorou a invadir o mundo dos games. Um dos primeiros jogos, lançado no início dos anos 1990, foi Mônica no Castelo do Dragão, uma adaptação de Wonder Boy in Monster Land para o console Master System. A SEGA e a TecToy decidiram reprogramar o título original, substituindo os personagens japoneses pela Mônica e seus amigos. Esse movimento foi um marco no mercado brasileiro de videogames, mostrando a força e a adaptabilidade das propriedades intelectuais nacionais.


A Turma da Mônica continuou a aparecer em diversos jogos ao longo dos anos, com títulos para diferentes consoles e plataformas. Esses jogos não só mantiveram o sucesso das histórias em quadrinhos, como também ajudaram a consolidar a presença de personagens brasileiros no mercado de games.


O Crescimento da Indústria e o Avanço Tecnológico


Nos anos 2010, a indústria de jogos brasileira começou a se diversificar ainda mais, com o surgimento de estúdios independentes que exploravam novos gêneros e estilos de jogo. A democratização das ferramentas de desenvolvimento e a expansão de plataformas digitais, como Steam e Google Play, permitiram que mais desenvolvedores brasileiros tivessem a oportunidade de lançar seus próprios projetos.


Um exemplo marcante desse período foi o jogo Toren (2015), desenvolvido pela Swordtales. Inspirado por narrativas mitológicas, Toren foi um dos primeiros jogos brasileiros a ganhar reconhecimento internacional, destacando-se por seu estilo artístico único e uma história imersiva. Confira um trailer abaixo:



Outro título importante é Horizon Chase (2015) e Horizon Chase 2 (2022), da Aquiris Game Studio, que homenageia os clássicos jogos de corrida arcade dos anos 80 e 90, como Top Gear. O sucesso do jogo foi tanto que ele foi lançado para diversas plataformas, incluindo consoles como PlayStation 4 e Nintendo Switch. Porém o 2 permanece somente para Smartphones, Nintendo Switch e PCs.



Mais um título importante foi Fobia: St. Dinfna Hotel é um jogo de terror psicológico e sobrevivência desenvolvido pelo estúdio brasileiro Pulsatrix Studios. Lançado em junho de 2022, o jogo rapidamente ganhou destaque internacional, sendo elogiado por sua atmosfera assustadora e narrativa envolvente.


O jogo se passa no misterioso Hotel St. Dinfna, onde o jogador assume o controle de Roberto, um jornalista que investiga estranhos acontecimentos no local. O hotel é um ambiente cheio de mistérios, com passagens secretas, câmeras de vigilância, e uma narrativa que mistura realidade e ficção, abordando temas de culto, experimentos científicos, e o paranormal.


Ele apresenta uma combinação de exploração, resolução de puzzles, combate e gerenciamento de recursos. A câmera em primeira pessoa aumenta a imersão e o terror, enquanto os jogadores enfrentam inimigos sobrenaturais, resolvem quebra-cabeças complexos e procuram por itens e pistas que ajudem a entender o que está acontecendo no hotel.


Um dos pontos fortes de Fobia é sua atmosfera densa e opressiva, muito influenciada por grandes títulos de terror, como Resident Evil e Silent Hill. Os gráficos realistas e a iluminação bem trabalhada contribuem para criar tensão constante, aumentando o suspense a cada novo corredor ou sala descoberta.


O jogo foi bem recebido, tanto pela crítica quanto pelo público, destacando-se pela sua alta qualidade de produção, especialmente para um título indie brasileiro. Ele foi elogiado pela tensão bem construída, pelo design de som envolvente e pela complexidade dos enigmas, embora alguns críticos tenham mencionado o combate como uma área que poderia ser melhorada.


Fobia: St. Dinfna Hotel colocou o Brasil em evidência no cenário de jogos de terror, demonstrando que o país tem o potencial de produzir experiências de alta qualidade nesse gênero.




O Presente: A Inovação dos Estúdios Brasileiros


Nos dias de hoje, o Brasil é lar de uma cena de jogos robusta e inovadora, cada dia que passa temos mais jogos incríveis surgindo, assim como os citados acima.


Gostaria de enfatizar, nunca fui fã do gênero Tower Defense o único jogo que joguei e curti foi Brutal Legend, até pela atmosfera de rock e metal, dentre as jogabilidades que misturam hack n slash com tower defense. Mas enfim, quero falar de um jogo nesse estilo feito por um brasileiro o 30 Days of Tower, o estúdio responsável é o Original DGames, embora não seja fã de Tower Defense achei bastante interessante o game dele, em resumo a história do jogo é a seguinte:


"Você foi escolhido pelo rei para tomar um território inimigo e para garantir esse território você deve defender uma torre durante 30 dias contra os seres que não querem que você esteja ali. Com isso, durante o dia você se prepara e durante a noite você faz a defesa."


O grande diferencial é que não é apenas um tower defense, assim como Brutal Legend ele tem outro elemento na gameplay, roguelike, algo similar a Vampires Survive. Esse foi o primeiro jogo que ele lançou, tanto a arte visual quanto a programação foi feita por ele, o jogo está na Steam custando bem baratinho 6,99.


Mais um jogo recente brasileiro que me chamou muito a atenção na Latin America Showcase do evente desse ano foi ABYSS X ZERO um game que lembra bastante Mega Man Legends só que com waifus jogáveis, esse jogo sem sombra de dúvidas parece ser incrível e estou muito ansioso para jogar, ele lembra um pouco de hack n slash mais plataforma e aventura, teremos veículos e chefes gigantes para enfrentar!


Confiram abaixo o trailer dele:



Um dos títulos recentes que chamam atenção é Mullet MadJack (2023), que traz um conceito divertido e caótico, focado em um protagonista peculiar com um corte de cabelo mullet que enfrenta inimigos e obstáculos em um ambiente surreal. O jogo, desenvolvido por um estúdio indie brasileiro, combina ação frenética com um humor característico e visual estilizado, capturando a essência da criatividade que permeia muitos dos novos títulos nacionais.




Além disso, o mercado brasileiro de jogos também se beneficiou da integração com o cenário global, com parcerias entre estúdios brasileiros e internacionais, além do uso de motores gráficos avançados, como Unreal Engine e Unity, que permitiram a criação de experiências visuais mais sofisticadas.


Conclusão

O Brasil cada dia mais vai crescendo e melhorando no quesito dos games, espero que possamos ver incentivos do governo, além da mídia falar mais desses jogos, afinal de contas o Brasil merece esse destaque, temos que valorizar nosso mercado, quero agradecer especialmente o DGames que me concedeu a chave do seu jogo que citamos acima o 30 Days of Tower. Comprem para incentivar ele assim como os outros jogos citados, vamos ajudar nossa indústria nacional, aqui tem tido muita coisa boa e virão ainda mais bons jogos.


Os jogos brasileiros têm mostrado uma evolução impressionante, desde as primeiras adaptações de programas de TV e filmes nacionais até a criação de títulos originais que conquistaram espaço no mercado global. A indústria de games no Brasil, que começou de forma modesta, agora conta com uma diversidade de estúdios e gêneros que vão do humor irreverente de "Mullet MadJack" à profundidade artística de jogos como "Toren". O futuro parece promissor para os jogos brasileiros, com potencial para alcançar ainda mais relevância no cenário mundial.


Com o apoio de uma base de jogadores crescente e o talento de desenvolvedores criativos, o Brasil segue firme como um importante polo de desenvolvimento de games, trazendo ao mundo histórias, personagens e experiências únicas.

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